Donzela: uma bela fera
- Myvrian Braga
- 23 de mai.
- 2 min de leitura

Fui inspirada a assistir ao filme “Donzela”, disponível na Netflix, pela segunda vez, a primeira vez foi no lançamento em 2024. Lembro que, pelo trailer, eu já xinguei o príncipe (mentalmente)! Mas, assim como não podemos julgar o livro pela capa, não devemos julgar o filme pelo trailer (por mais que, muitas vezes, nossa intuição esteja certa kkkkk…)
Comecei a assistir o filme, sem a mínima pretensão. É mais um filme de princesa, pensei… Mas tinha algo turvo e sombrio. Apesar da dicotomia entre a pobreza e a riqueza, a beleza do castelo não me remetia a algo belo, no estilo cor-de-rosa. A trama gira em torno da ancestralidade. Mas percebi que a ancestralidade é de mulheres e não da família do mesmo sangue, como pregavam a família “real”, que de real só tinha mesmo o título. Tudo girava em torno de roubo, sofrimento e mentiras… Ahhh as mentiras. Tanto as que os outros nos contam, como as que contamos para nós mesmas.

Elodie (personagem interpretada pro Mille Bobby Brow), a princesa, que é a personagem principal, chegou às profundezas do ser para despertar a guerreira que a habita. Eita, que clichê! Hum… Não tem príncipe para salvar. Não tem a confiança da família. Não tem um beijo de amor eterno para despertar do sono profundo de envenenamento. Tem coragem, introspecção, inteligência, sabedoria e aprendizados com suas próprias experiências. Tem que chegar ao fundo do poço e sair fortalecida de uma força que não se imaginava ter.
Ser forte, muitas vezes, é um conceito e uma escolha feitos pela sociedade e imposta de fora. Mas a força demonstrada no filme me permite refletir sobre uma fortaleza que vem de dentro, do interior, que vem de uma memória ancestral intrínseca do ser, não do que os outros nos contaram.

A fortaleza vem da coragem de viver. Vem da intuição que é ouvida de forma sensível e transformada em ação... Os labirintos que passo, as traições que sofro, os dragões que confronto… Só eu sei!! Só eu sei a força que tenho quando penso não ser forte o suficiente! Só eu desperto a Elodie que habita em mim. É nesses momentos de desafio mortificador que eu sei: eu sou uma bela fera!
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