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Os Silêncios e os Gritos do Puerpério

  • Foto do escritor: Equipe Rede Essência
    Equipe Rede Essência
  • 16 de jun.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 24 de jun.


Mamãe, bebê e puerpério
Mamãe, bebê e puerpério

Aquela fase tão gostosa da mamãe e seu bebê se encontrando fisicamente, os primeiros minutos, aquela procura dos filhos pelo seio materno, a primeira suga do bebê que não é só por alimentação, mas uma procura por segurança, para se encontrar no mundo, o aconchego na sua mamãe. Tudo tão intenso! Tudo é mais forte do que você pensava: amamentar dói, o sono dói. Se você for mamãe de cesárea (como eu) tem os cuidados com a cirurgia também, claro que todos os tipos de parto tem suas particularidades, mas eu só tenho propriedade sobre os partos cesáreas.


Tenho dois filhos e os dois nasceram por meio de cesáreas. Eu achava lindo, era meu sonho ter parto normal, quando estava grávida do meu menino, até sentir as primeiras dores e ficar internada. Eu tinha as dores para o parto, mas não tinha dilatação, na época, há 17 anos ninguém insistiu que eu tivesse parto normal, optaram logo pela cesárea e eu agradeci ( as vezes me sinto menos forte por isso, mas só as vezes). Meu segundo parto também foi cesárea, da minha filha, dessa vez mais recente, há 5 anos. Ela estava com preguiça de nascer e não tivemos muita opção, mas depois de uma experiência traumática com o COVID, tive bem mais medo de uma cirurgia.

Não dá muito tempo de se recuperar dos medos do parto e seu filho já está em seus braços.

Passou o parto, a amamentação que dói e você se cobra sobre a importância do leite materno, dor na pega, fissuras e mastites e muitos (muitos) conselhos: leite fraco, o leite não desceu porque foi parto cesárea, então, demora mais. Não existe leite fraco! E começa a surgir uma longa lista de conflitos na cabeça da mamãe, seja ela de primeira viagem ou não. Eu consegui amamentar os dois com leite materno mas, na segunda vez, foi extremamente cansativo ela mamava de dez em dez minutos o meu puerpério inteiro. NÃO a culpo por isso! Mas me cansou demais, não é exagero dizer o quanto me senti acabada, era uma exaustão inexplicável, mas eu queria aquilo, eu achava que era minha missão e eu tinha que fazer!

Mamães, se vocês estão passando por algo parecido, lembrem-se: o seu bebê precisa que você esteja bem também!
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O puerpério é delicado! Eu não entendia o quanto eu precisa me reencontrar e equilibrar a mulher e a mãe dentro de mim e deixei só uma se sobressair. Eu não pedia ajuda e não aceitava também. Essa atitude adoeceu minha autoestima. A rede de apoio é fundamental para que a mãe se recupere, para que ela e o bebe tenham um tempo de qualidade: um banho calmo e demorado para a mamãe já transforma sua energia, um café da manhã preparado com carinho para a mamãe, um almoço na hora certa, levar o bebe para tomar um banho de sol enquanto ela descansa (e lembre-se que esse banho tem que ser longe o bastante para ela não escutar aquele balbucio, aquela ameaça de chorinho, senão a leoa já vai lá buscar a sua cria).

Faça um check-in diário pergunte de 0 – 10 o quanto de ajuda você precisa hoje? E deixe-se ser ajudada! Você merece e seu bebê também!

O puerpério não é uma fraqueza, ele é uma fase biológica que precisa de todo cuidado, principalmente físico e emocional. Não lute contra o caos, abrace ele e viva o momento presente. No Brasil, existem opções para acompanhar a mãe nesse processo de puerpério, como: cartilha OMS do Ministério da saúde (2024), Manual Febrasgo de Assistência ao Puerpério(2023), Liga de consultoras IBCLC, Atividade Física para gestantes e mulheres no pós parto (2024), entre outros.


É importante lembrar: super heróis também precisam de ajuda! E isso não os torna menos amados. Uma super mamãe será sempre uma mamãe mesmo abraçando seus medos e suas limitações!


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Myvrian Braga

Jornalista - 2811/PI

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